
A Trilha
O Início da Jornada...
O ser é um complexo de Corpo, Mente e Espírito. Busca-se o equilíbrio para o encontro com a Totalidade. Não objetiva aqui dialogar sobre religião e sim sobre o caminho do equilibrio entre corpo, mente e espirito. Vários são os caminhos. Mas a chegada é uma só, a grande morada, do Ser Supremo, da Consciência Cósmica... A consciência é desperta por etapas, não passa para a fase seguinte sem fechar um ciclo. Busca-se aqui apenas expor vivencias. A caminhada é individual e única. Boa jornada a todos aos companheiros na descoberta de sua Trilha...
A Busca

a Jornada é interna... a Mudança acontece no nível mais sutil... e interna (mente)...
Texto de Jostein Gaarder. Do livro: O mundo de Sofia
"Muitos estão perdidos dentro de si e se buscam.... mas os outros acham isso uma tremenda besteira, por pura ignorância.... ou talvez por que nunca experimentaram o grande vazio de quem busca as grandes respostas da vida....quem sou de onde vim?
...Meu conselho para todos os que querem se encontrar é continuarem bem onde estão. Do contrário, é grande o risco de se perderem para sempre.
... Se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de podermos entendê-lo – disse ele, e fez uma pausa -, seriamos tão tolos que continuaríamos sem entendê-lo.
... Eu não conseguia entender como alguma coisa podia surgir do nada" (são tantas... sem ter uma explicação... nos temos que entender que somos limitados e aceitar nossos limites)
Elas tinha percorrido o inexplicável caminho que leva do espaço da criação na minha cabeça para o espaço real, o espaço criado (quem criou tudo isso que esta aqui agora... quem é essa força misteriosa inicial... metafísico.........surgiu do nada..... e o nada surgiu de onde...)E se o mundo é um número de mágica, então deve existir um mágico...
Se realmente existe um Deus – continuei -, então ele adora ficar brincando de esconde-esconde com suas criações...... Mas acho que ele pelo menos poderia ter assinado rapidamente a sua obra-prima..." (as vezes falta sensibilidade para ver suas pequenas impressões ....temos que acalmar nossa mente)...
... Certa vez, um cosmonauta russo e um neurocirurgião, também russo, discutiam sobre o cristianismo. O neurocirurgião era cristão, o cosmonauta não era. “Já viajei muitas vezes para o espaço sideral”, gabou-se o cosmonauta, “mas nunca vi nenhum anjo.” “O neurocirurgião primeiro ficou olhando para ele; depois disse: “Eu já operei muitos cérebros inteligentes, mas nunca vi um pensamento”. ( O mundo de Sofia - Jostein Gaarder )
Não Entendo
Texo de: Clarice Lispector
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma bênção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."Clarice Lispector
O Tempo
Texo de: Juliana Abonizio, professora da UFMT
"O pensador do tempo, um dos mais eminentes, ILYA PRIGOGINE: “ ...O tempo não nasceu com o nosso universo: o tempo precede a existência e poderá fazer nascer outros universos.” E assim vamos assistindo o desfilar do tempo em todos os setores. Há, no homem, algo que pede para sempre marcar o Tempo, porque assinala o seu tempo e não percebe que é apenas uma criatura inserida em outro tempo que não é o seu. Importante fundamento social, o homem vive no contexto do tempo histórico. Um tempo que, de certo modo, não é propriedade humana, privada. E é nessa dimensão que transcorrem os fatos e fenômenos mais importantes ou não, mais expressivos ou mais impressivos.
Os sem tempo na sala Zen...
Começarei pela ordem linear, sendo que é este mesmo o ponto que pretendo discorrer, a contagem linear do tempo e as rupturas temporais (e tempestivas) provocadas em encontros como este, que nos fazem sair do tempo da vida cotidiana, dos horários de ônibus, das senhas, dos sinais de transito, da contagem dos segundos em celulares e microondas para o tempo mítico, magicko, os éons que nos atravessam e nos fazem sentir imanentes e permanentes, um tempo relativo, pois relacional (com todos, consigo e com o todo maior) e absoluto porque pleno.
A caminho da sala Zen, na ilustre companhia de Marilia Beatriz de Figueiredo Leite (que atua nas análises semióticas, míticas, artísticas à moda dela mesma), conversávamos sobre idéias, imagens e algumas palavras que me martelam a mente atualmente, para as quais desvendo , invento e imagino significados para alem dos meu mínimos conhecimentos etimológicos. Assim, convertendo palavras em imagens e imagens em palavras, chegamos ao ressinto. Sim ressinto, pois sinto novamente aquele ambiente em que fomos recebidas com pulseiras magickas, doces (para adoçar a vida, nas palavras da doce Janete Manacá), colares que nos lembram o quão estes se diferem das coleiras e chaves que abrem corações, gaiolas e prováveis orquidários para que todos possam voar independentemente da posse de asas (quem este lá, entende o que digo).
Não descreverei rituais e nem que quisesse, não poderia, mas posso contar como eu me senti. Falamos, de inicio de perdas, recomeços e guardiões que nos protegem, mas também nos impulsionam a conhecer o lado assustador que faz parte do crescimento. Guardião superlativo, não guarda chuvas ou sóis tampouco retaguarda ou vã-guarda ou ainda vigilantes do peso. Ali éramos todos leves, esvoaçantes e não estávamos, realmente, em estado de completa vigília.
Eu, especificamente, necessitava de alçar meu vôo. Há cerca de um ano, iniciei um processo de reclusão – por esses ciclos que fazem parte de toda vida e que nem sempre estamos atentos aos seus devires, como ressaltou Dulce, ali presente que nos encantava, com todos que ali estavam – e nesse processo, parti do vôo ao ovo e era necessário voltar a voar, mas como magistralmente conduziu Marilza Ribeiro, crescer dói. É doloroso e maravilhoso sair da comodidade do ovo para o conforto do voar, mas não se pode ter conforto sozinho, eu precisava justamente era me com-fortalecer.
Com esse propósito, cada um e todos dançamos em círculos, fizemos movimentos circulares, celebrando ciclos da vida, voltando ao aspecto tribal em que nosso ancestrais se reuniam em torno de fogueiras e clareiras, rompendo com os movimentos retos e com a contagem do tempo linear. Imaginamos e nos sentimos como pássaros. Cada qual descobriu o seu próprio ser, já em casa, conversei com minha filha de 7 anos, que também alçou vôo na ocasião e perguntei a ela, qual pássaro ela se sentiu. Sua resposta: uma águia da paz. Quanto ao meu pássaro interior, foi algo entre um pato desgrenhado, com pelugem arrepiada, à procura de uma mãe e um cisne desesperado por encontrar seus pares. Sim, sinto-me miticamente um patinho feio em busca de seus iguais. São nesses momentos magickos que nos sentimos pertencentes de verdade, longe da solidão diária (mesmo que acompanhada) para uma integração com os outros, consigo mesmo e com um Si transcendente e podemos nos sentir todos, galinhas, patos, cisnes, urubus, colibris da mesma família, da mesma esfera.
Mas o patinho feio arquetípico é um sem para durante uma boa parte de sua vida e sendo um par, que aparência pode ter? Ele não se aparenta não se torna parente ou aparentado. Aí entra a estética, para além do humor, como nos foi brindado pela atuação da Tay Baricaty. Ah, que poder o riso tem e há tempos intuo a ligação entre o cosmos e os cosméticos.
De fato depois da celebração dos 3 anos de idade da sala Zen, minha reflexão já confusa e não conclusa, une as idéias de idade, aparência e voar. Tudo ligado ao tempo. O tempo de proteger, tempo de crescer e impulsionar a viagem (ao som da música homônima, de João de Aquino e Paulo Cesar Pinheiro), de entrar no ovo e, novamente, quebrar as cascas, lidar com asas inexperientes e voar, morrer infinitas vezes e de novo nascer. Ciclos e círculos, coisas familiares a mulher, como diz Dulce e cosia de biodanceiro na língua de Marilza. Coisas assim que todos compreendemos através de só-risos, mais ou menos brilhantes, mais ou menos tímidos, mas nenhum Só. Com-risos.
E o tempo? Com que medimos a idade? Linear-idade? Circular idade? No momento em que nos sentimos donos do tempo ou livres do tempo, temos líber-idade, vã-idade? Maior-idade? Intensa-idade? Meu tempo, sinto agora, não é idêntico, é múltiplo, assim não posso ter uma idêntica-idade, desta forma percebo a diferença entre identidade e personal-idade. Hoje, sem saber o que hoje significa, eu mesma conto meu tempo e conto com ele. Digo adeus, agradecida, após compartilhar meus sentimentos, in e com – clusos, tentando voar da re-clusão. Zen mais nada a dizer. Estou zem tempo. Cuiabá ultima semana de janeiro de 2009. Juliana Abonizio, professora da UFMT – Doutora em Sociologia ." (Circuito Mato Grosso 6 à 12/02/2009 – Cultura pg. 3 Texto: Marília Beatriz)
A Essência
Texto de: Ricardo Lidemann, transliteração do (Filme Eu Maior)
Qual é a minha essência, quem sou eu. É a grande pergunta. Duvido que haja alguma maior. Todas as outras giram em torno dela. Suponhamos que fosse quem é Deus. Mas no fim quem sabe as duas são as mesmas. QUEM SABE A ESSÊNCIA DO SER É DEUS? Fonte: Ricardo Lidemann (Filme Eu Maior)
Respostas
Respostas! Quem as tem?... quem é que sabe... só se sabe que ela é interna... não existe nada fora. Muitos tem respostas prontas... ("A Verdade mente"(Friedrich Nietzsche))... Um peregrino, peregrina... o garimpeiro acha muitas pedras brutas, até talvez achar um diamante. Um curioso, um buscador, busca respostas... Quando bater aquele vazio existencial... aquela dor profunda que vem das entranhas e e sem nexo aparente, apenas se aquiete e se volte para dentro... acalme sua mente.
A única certeza é a morte, mas as respostas você poderá encontrar "IN - Terna - Mente"... aquiete-se que as respostas vão brilhar em sua consciência... E ainda talvez, a grande questão não seja as repostas... o grande mistério da vida pode estar apenas em viver um vida simples e leve... e quando chegar a sua hora... não é por que fulano é bom ou mal... a grande questão da vida... é entre tu e você... nesta hora, não existe o outro, só você... não tente mudar os outros, apenas você... então apenas caminhe e o caminho se abrirá...
Só entendo que não entendo. Aceite. Porquê querer entender a todo momento... estar sempre no controle... entenda que você não controla nada.. Aceitação é a dádiva... desligue-se um pouco... deslize pela vida leve e solto... retire as amarras de suas entranhas.... retire-se de todo pré conceito... a vida é uma metarmofose... apenas siga o fluxo... no fundo você sabe o que é melhor para você... siga sua intuição... perceba-se... O mistério é o melhor da vida... imagina se você soubesse de tudo... a vida perderia parte de seu brilho e beleza... o ser humano é ávido pelo novo e pelo desconhecido... Depois de uma semana seu brinquedo, seus desejos realizados, já não tem mais graça...
uma boa viagem nesta jornada...